sábado, 9 de abril de 2011

Carta de Adeus



O meu cérebro já não pega.

Necessito de alguém que me ame sem condições,
um ombro seguro onde possa encostar a minha cabeça louca e perdida,
um colo para me sentar a contar os meus sonhos,
uma mão que me ampare e cure as feridas.

No sossego da minha casa, onde só comunico com o mundo exterior o suficiente para me manter viva,
guardo intacto tudo o que sinto por ti.
Fechada para o mundo e para os outros, sinto-me cada vez mais só,
mergulhada numa escuridão voluntária e estéril que me aplaca a... vontade e os sentidos.
Com a morte deste amor por ti, morre também uma parte de mim, algo cujos contornos não consigo ainda delinear
mas que com o tempo perceberei, quando a alma apaziguada fechar as feridas desta minha dor derrotada
e passiva perante o teu silêncio e a tua mascarada indiferença.
Mas é melhor que nunca mais se cruzem os nossos olhares, é melhor que a palavra adeus seja mesmo essa e não outra.
Chegamos ao fim do caminho. A partir daqui todas as palavras serão inúteis.
Nunca saberei até que ponto ages com o coração ou apenas com a cabeça.
Até que ponto te entregas ou apenas jogas. Até que ponto sentes e ages, ou apenas observas.
E é por nunca ter sabido quem és, que um dia te conseguirei esquecer.
Sempre disse que as diferenças iriam servir mais para nos unir do que para nos afastar.
Mas agora sei que não. Ao contrário de ti, não sou nem nunca serei espectadora da minha própria vida.

2 comentários:

  1. Texto lindo... Amei ele... Beijos minha sobrinha poeta...

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  2. Obrigada Gigio, fico feliz pelo seu comentário. que bom que gostou;

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